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 Um dia de merda.

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rurouni
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rurouni


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Um dia de merda. Empty
MensagemAssunto: Um dia de merda.   Um dia de merda. Icon_minitimeSex Ago 01, 2008 3:38 am

Nao chega a ser propriamente dita uma piada, mas sim um cronica veridica (Hilaria!) nas palavras do maestral Luiz Fernando Verissimo. Segue abaixo a cronica, apreciem.

Um dia de merda

Luiz Fernando Veríssimo (verídico)

Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica
intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse.
Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de
onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de
contas são só uns 15 minutos de busão. “Chegando lá, tenho tempo de
sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo”. O avião só sairia
às 16:30.


Entrando no ônibus, sem sanitários, senti a primeira
contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao
nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro
do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil,
falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto
porque preciso largar um barro”. Nesse momento, senti um urubu
beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e
segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu
desespero, uma voz disse pelo alto falante: “Senhoras e senhores, nossa
viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido às
obras na pista”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer
custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava
para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.

Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um
sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais,
indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado.
Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro,
não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo
que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então:
branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume
almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi,
consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que
dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros
amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita
obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava
tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e
confessei sério: “Cara, caguei”.

Quando meu amigo parou de rir,
uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava
tudo sob controle. “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior
que isso não fico”. Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica
recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não
pude evitar e, sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva
de merda. Dessa vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é
lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa,
pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando
mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair
rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei
segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava
todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei
pela quarta vez.

Lembrei de um amigo que certa vez estava com
tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as
linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos
pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício
absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna
poderia me ajudar a limpar a sujeirada. Finalmente cheguei ao aeroporto
e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que
apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do
aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e,
entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos
os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né?” Entrei
no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha
situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha
salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de
dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa,
tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por
cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de
qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com
roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura
em Miami era de aproximadamente 35 graus.

Desesperado, comecei a
analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis.
Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam
deploráveis e, assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela
merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que
improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma
simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do
lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na
água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu.

Estava
pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em
direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do
lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o
pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei
no avião, onde todos os passageiros estavam esperando “O RAPAZ QUE
ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao
lado do meu amigo que sorria. A aeromoça se aproximou e perguntou se
precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas
perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete
para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: “Nada, obrigado. Eu só
queria esquecer este dia de merda!”
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Um dia de merda.
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